sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Saúde: Diretor da Policlínica de Aurora fala acerca da conquista do CAPS

Com o propósito de oferecer a população de Aurora, Município localizado no Sul do Ceará, na Microrregião do Cariri Oriental, tendo como governante, José Adailton Macedo, esse município acaba de ser contemplado com o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial).
Os Centros de Atenção Psicossocial – (CAPS), são serviços públicos de saúde mental, destinados a atender pessoas com transtornos mentais em estado mais agravado.
Esse serviço é uma substituição as internações em hospitais psiquiátricos, e tem como maior objetivo tratar a saúde mental de forma adequada, oferecendo atendimento á população, realizando o acompanhamento clínico, e promovendo a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho e ao lazer, a fim de fortalecer os laços familiares e comunitários.
Assim sendo, a reportagem do Site Oficial da Prefeitura Municipal de Aurora esteve na tarde desta quinta-feira, dia 10 de fevereiro do ano em evidência, na sede da Secretaria de Saúde do Município, que tem a frente Drª Petrúcya Frazão Lira, onde na oportunidade conversou com o Diretor Geral da Policlínica – Dr. Acilon Gonçalves, Dr. Mikael Figueiredo.
Vamos a entrevista:
_ Dr. Mikael, de onde partiu a idéia de implantar o Caps em Aurora e qual o objetivo deste instrumento de saúde?
R – De inicio era, costume no município de Aurora vermos vários pacientes com transtornos mentais, andarem pelas ruas de forma aleatória precisando de ajuda psiquiatra e apoio psicológico, que na verdade não existia no município. Portanto, dentro dessa perspectiva a administração “O Povo Construído o Novo”, percebendo a necessidade de implantação do CAPS (Centro de Atenção Psicossocial – Tipo I), que o básico; e após uma reunião entre o prefeito Adailton Macedo; a Secretária de Saúde – Drª Petrúcia Frazão Lira e o Diretor Geral da Policlínica Dr. Acilon Gonçalves, Dr. Mikael Figueiredo, resolveram trabalhar com afinco essa idéia. Diante de tal objetivo foi elaborado um projeto e encaminhado junto ao Governo do Estado, e em seguido ao Ministério da Saúde, que ocasionou com a sua devida aprovação.
Mas, enquanto aguardava o parecer de aprovação do CAPS, a Secretaria de Saúde chegou a conclusão de que o município precisava iniciar um trabalho preliminar voltado para assistir essas pessoas com problemas mentais; foi quando a gestão municipal contratou a Drª Mônica Bertazzo e Dr. Eduardo (psiquiatra) para tratar esses pacientes, inclusive com atendimento em domicilio. Atualmente, na Policlínica Dr. Acilon Gonçalves – cerca de 110 atendimentos psiquiátricos e psicológicos são realizados mensalmente, dentro da APAC (Autorização de Procedimentos Ambulatoriais de Alta Complexidade). Portanto, e Secretaria de Saúde de Aurora já dispõe de um cadastro contendo dados desses tipos de pacientes, o que facilitará o trabalho do CAPS. Dr. Mikael destacou ainda que esse passo da Policlínica foi de grande relevância dentro da reforma psiquiátrica do município de Aurora, que jamais existia.
De onde virão os recursos para implantação e manutenção do CAPS?
R – Através da portaria de Nº 336 de fevereiro de 2002, o Ministério da Saúde determina que o município que tem uma população entre 20 mil e 70 mil habitantes, pode ser contemplado com o CAPS – Tipo I, desde que exista a demanda cabível e que também o município cumpra com o projeto terapêutico e toda documentação burocrática, exigida pelo órgão contemplador. Os recursos são oriundos do Governo Federal, através da Coordenação de Saúde Mental, que envia para o município contemplado uma verba de implantação do mesmo, e que a partir daí o município deve arcar com as despesas dos três primeiros meses de funcionamento. Sendo que, após a confirmação do cadastramento, o mesmo passa a receber do governo federal, um valor específico para manutenção do mencionado órgão de saúde mental. Dr. Mikael destacou que poucos municípios têm a coragem de enfrentar esse tipo de desafio, haja vista, as dificuldades financeiras vividas no momento.
Onde irá funcionar a sede do CAPS?
R – Conforme relatou o Dr. Mikael, essa tem sido a maior dificuldade. Tendo em vista que o prédio onde irá funcionar o CAPS deve ser preferencialmente em lugar onde o paciente não se sinta excluído da sociedade; que as pessoas vejam eles como pessoas ìntegras tanto fisicamente como mentalmente. Porém, dentro desse intuito a portaria acima mencionada permite que a inserção desses pacientes seja em local urbano, próximo de Igrejas, Postos de Saúde, Hospitais, Associações, isto é, devidamente inseridos nas principais interações sociais do município. Enfim, a Secretaria de Saúde do Município ainda trabalha no sentido de conseguir a melhor localidade possível para a implantação da sede do CAPS. E, quanto a estrutura física do CAPS, o Ministério da Saúde exige uma planta baixa que tem que bater com as suas necessidades, ou seja, consultório médico, enfermeiro, psicólogo, sala de ocupação e oficina para atividades de grupos, refeitório, local de repouso, pequeno ambulatório de urgência, ambiente ao ar livre, etc.
O CAPS é estruturado e organizado para oferecer um atendimento continuo, porém não de forma integral. Ele é continuo no sentido em que os pacientes entram as 07:00h da manhã e retornam para os seus lares as 18:00h, justamente para que eles não se sintam excluídos da sociedade.
O período de tratamento do paciente no CAPS vai depender do estado de transtorno mental que o mesmo se encontra, quer dizer, agudo, moderado ou grave. Pra isso o município contará com divisões de atendimento, ou seja, intensivo (grave sofrimento psíquico)das 07:00h as 11:00h e das 13:00h as 17:00h (que suporta dentro do Caps - diariamente de 20 a 30 pessoas); sendo que conforme a evolução mental do paciente for acontecendo, os profissionais competentes poderão dar alta ao referido, com a freqüência dele passando a ser diminuída devido o seu quadro clínico ter evoluído. Outro tratamento é o semi-intensivo, isto é, o paciente já estava em estado grave e através de medicações ele obteve uma melhora, tornando-se moderado e não agressivo. Nesse caso a paciente basta freqüentar o CAPS em apenas um expediente. O atendimento não intensivo é aquele resolvido de forma ambulatorial, quando a pessoa sofre um transtorno simples ou uma depressão, cujo tratamento acontece de forma mais eficaz.
Como a Secretaria de Saúde irá fazer um levantamento acerca das pessoas com problemas mentais?
R – A importância de ter um psiquiatra e um psicólogo na Policlínica Dr. Acilon Gonçalves, facilitará por demais o nosso trabalho, haja vista, que atualmente dispomos de um prontuário completo com a relação de pessoas com problemas mentais, inclusive os nossos profissionais atende em distintas localidades do município, como por exemplo: Taboca de São Miguel, Santa Vitória, Ingazeiras, Ângico, entre outros locais da zona rural, o que culminou no cadastramento de centenas de pacientes portadores de distúrbios mentais. Então, esse trabalho ora desenvolvido na Policlínica Dr. Acilon Gonçalves, facilitará demais na implantação do CAPS, já que seria bastante complicado começar essa prestação de serviço junto a população aurorense, do zero. Outro detalhe importante citado pelo Dr. Mikael foi a utilização dos psicoterápicos, que são os injetáveis (medicamentos, comprimidos, soluções, xaropes, etc.).
Qual o prazo para funcionamento do CAPS em Aurora?
R – “Estamos trabalhando de forma ininterrupta, visando o quanto antes solucionar esse problema, para que a partir daí podermos fazer um levantamento para a aquisição de equipamentos e outras providências. Assim que o local de implantação da sede do CAPS for definido, iremos formular a equipe do supracitado órgão de saúde para que o mesmo possa funcionar imediatamente. Temos menos de três meses para fazer o CAPS funcionar, e com certeza iremos fazer isso acontecer, pois o pior já passou que era a conquista do projeto”, argumentou o entrevistado.
Quanto ao atendimento aos pacientes, o Ministério da Saúde exige apenas um médico clinico que possa realizar seu trabalho. Mas, segundo o Dr. Mikael Figueiredo, o município irá tentar fazer uma parceria com o psiquiatra que já atende na Policlínica, embora a obrigação de médico psiquiatra seja no CAPS – Tipo 2. Sendo assim, vamos tentar avançar no sentido de tornar o atendimento junto aos pacientes, mais eficaz. Também haverá um enfermeiro, um psíquico pedagogo, uma terapeuta ocupacional, um técnico ou auxiliar de enfermagem, um técnico administrativo e outro educacional, e um artesão, pois tudo que é legal com os seus conceitos já acentuados é bem visto pela sociedade. A Secretaria de Saúde de Aurora objetiva também promover posteriormente a primeira Conferência Municipal de Saúde Mental.
E, para finalizar essa importante e proveitosa entrevista com Dr. Mikael Figueiredo, o mesmo fez menção ao esforço empreendido pelo prefeito Adailton Macedo, a Secretária de Saúde Drª Petrúcya Frazão Lira, que juntos e com uma visão inovadora de saúde no município de Aurora estão procurando fazer a diferença. São ações importantes e de grande valia como essa da reforma psiquiatra deste município, que jamais havia sido feita por gestões passadas, mas que no governo do prefeito Adailton Macedo uma nova rede de saúde estar sendo construída na terra do Menino Deus.

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