quinta-feira, 5 de maio de 2011

Chuva de 182 milímetros arrasa a cidade de Porteiras, no Ceará



Uma cidade à beira do caos. O duro retrato de Porteiras refletiu bem as os estragos causados pelos 182 milímetros de incessantes chuvas que caíram desde as 16h da quarta-feira (04/05/11) e se prolongou pela madrugada da quinta. Ruas alagadas, casas invadidas, estabelecimentos comerciais tomados pelas enchentes, prédios públicos que mais pareciam canais de lama, famílias atônitas, autoridades municipais desoladas... Rastro de destruição. Um cenário de total desânimo foi Porteiras, uma gente alegre que, como jamais visto antes, nenhum outro sentimento pôde transmitir além da dor.
Há registro de veículos levados pelas enxurradas, famílias com seus incontáveis prejuízos ao perderem móveis, animais tragados pelos rios vorazes que cortam as dimensões urbanas e uma constante ameaça de isolamento devido à situação da ponte da rodovia estadual que liga o município à BR 116 e conseqüentemente a Brejo Santo. No prédio que abriga a Secretaria Municipal de Educação, a constatação mais cruel do episódio: muros ao chão, dois ônibus que se chocaram sem ninguém ao volante, pela força da correnteza, computadores destruídos, equipamentos comprometidos, materiais didáticos e ferramentas indispensáveis que jamais serão reaproveitadas. O sistema de abastecimento dágua da cidade foi comprometido, escolas estão sem funcionar nesta quinta-feira. Tristeza de canto a canto.Num breve suspiro de angústia, quase que descrente como o que via, o prefeito municipal Manoel Novais, em depoimento à imprensa local, resumiu bem o que se passou: “A todos os porteirenses, venho de público pedir à compreensão e paciência para podermos retomar nossa vida normal. Que Deus e Nossa Senhora da Conceição nos dêem força nessa hora tão difícil para todos”. Um homem altivo, ávido de natureza humana, ali se comprimia em sofrimento, golpeado pela força da natureza do tempo.

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